30 de janeiro de 2009

NO TOCA FITAS DO MEU CARRO

Physical Graffiti, sexto álbum do Led Zeppelin. Remasterização em cd duplo do bolachão lançado em 24 de fevereiro de1975, primeiro disco da Swang Song, gravadora do grupo. Seu sucesso de público e crítica foi tal, que já em março deste ano, o disco está no topo das listas da Billboard, da Cashbox e da Record World e realavanca os cinco discos anteriores. A superbanda consegue, então, a façanha de colocar seis álbuns na lista dos 200 mais ouvidos da Bilboard: Led Zeppelin I- 83º., Led Zeppelin II-104º., Led Zeppelin III-124º., Led Zeppelin IV-116º., Houses of the Holy-92º., fato jamais conseguido até então por qualquer músico.
As músicas foram gravadas entre 1970 e 1974, com destaque para: The Rover (um rock maravilhoso), Houses of The Holy (clássico), Kashmir, Bron-Yr-Aur (bela), Down By The Seaside, Night Flight, Boogie With Stu (duca).
Apesar da foto da capa mesmo no formato cd continuar muito bonita, quem tiver a oportunidade de ver em vinil, vai ver que obra de arte. O álbum contava com uma produção primorosa de sua arte gráfica: a versão em LP trazia elementos vazados nas janelas do prédio que está na capa. Podiam-se trocar as figuras internas mudando a posição dos dois encartes. Ao abrir o site oficial da banda www. Ledzeppelin.com, clique em discografia e vá à capa do disco. Dá para sentir uma sensação porreta, agora em movimento.
Enfim, ouça esse álbum essencial em sua coleção, e sorria quando o vizinho gritar: “Aumenta que isso aí é Rock’n’roll”.

29 de janeiro de 2009

29 de janeiro - Dia do Vendedor Ambulante (Ce)


Quem nunca comprou de ambulante que atire a primeira pedra!!!!

29 de janeiro – Dia da Hospitalidade

Segundo o “Aurélio” hospitalidade é:
1. Ato de hospedar; hospedagem.
2. Qualidade de hospitaleiro.
3. Acolhimento afetuoso.

Reza a lenda que, fazia parte das gentilezas de outrora que, uma vez em nossas casas, os hóspedes fossem providos de uma alcova reservada, com uma rede limpa e um penico. Guardadas as proporções, essa prática ainda existe, ou resiste. O cearense ainda tem a ingenuidade de trazer a pessoa para sua casa, apesar dos tempos bicudos deste século ainda criança. Vez por outra, chega à terrinha alguém do sul-maravilha ou de outras plagas, para aportar em nossa casa, indicado por um parente ou amigo distante.
Na década de setenta, a cidade, ou pelo menos a Aldeota, se encheu de rapazes e moças "gringos" vindos de programas de intercâmbio, e era uma festa. Chegava-se a ponto de se fazer verdadeira reforma nas casas para receber esse povo de fora. Quantos namoros foram sementados nessas recebidas. Rapidamente, me lembro do Renato, que desvirginou seu coração com uma garota peruana que estudava em São Paulo e veio de férias, com uma prima dele, para se hospedar na sua casa. A Lidu, que alojou o Fran, na base de “a casa é pequena, mas a gente se ajeita” e apaixonou-se pelo guapo rapaz de tal modo, que o paulista demorou mais de ano a ir embora, mesmo sem encontrar aqui um emprego que achasse merecedor.
Mais recentemente, quando era salutar se ter uma residência de veraneio numa praia próxima, desenvolvi alguns projetos arquitetonicos para tal fim. Invariavelmente, havia a solicitação para se incluir no programa o quarto dos pais, ou melhor, das visitas, afastado dos quartos principais, com infra-estrutura própria, banheiro e closet, para que os eventuais usuários não tivessem qualquer transtorno de acomodação na curta estadia. Por vezes, esses quartos ficavam meses desocupados, numa relação custo-benefício que não se explicava pela lógica. Não existia lógica nos corações dos proprietários dessas casas. Apenas, a vontade de receber bem quem se queria bem.
Isso, sem falar de pessoas mais despojadas e mais desprovidas financeiramente, que colocam estranhos dentro de casa por puro desejo de acolher. Ainda hoje, se ouve falar em “Fulana, que saiu do interior e está morando na casa de uma mulher em Fortaleza”.
Um conhecido meu, casado com dois filhos, recebeu o seu cunhado e duas sobrinhas nessas férias de janeiro, para hospedar em um apartamento de três quartos, quase que duplicando a populaçao da casa. Ao ser indagado como estava a casa, depois que as visitas embarcaram de volta à terra de origem, responde pesaroso:
- A casa está mais desocupada, mas o cardápio diário sofreu uma desvalorização. Com as visitas o padrão era outro!

23 de janeiro de 2009

O HOMEM DA ÁGUA



Num destes dias de calor infernal, estava na varanda de casa, observando o Cocó, ruminando sobre as efemérides da vida, quando o Pequeno João me trouxe à realidade:
- Pai, o homem da água!
Era o “entregador de água” do Mercadinho Chicão. Tão logo paguei o rapaz e ele saiu, o Pequeno João correu a pegar o álcool e uma flanela limpa para me ajudar a lavar o garrafão de água mineral, antes de colocá-lo no bebedouro.
Interessante como para as crianças, algumas tarefas quase insignificantes para nós, gente grande, são motivos de verdadeira festa. O prazer que o pequeno tinha em molhar o tecido com álcool e me entregar era algo de maravilhoso.
Isso me fez lembrar a alegria que eu tinha quando criança, de ver dobrar a esquina da saudosa Rua Felino Barroso, a carrocinha da água. Um enorme galão de madeira, pintado de verde com uma torneira na face da popa, instalado sobre um rígido sistema de rodas e molas, com latas de flandres presas à sua lateral por borrachas de pneu, puxada por uma burra.
Entráva-mos em casa a correr, anunciando o “homem da água”. Tudo para ter a alegria de ver a cozinheira da casa de meu pai, a Toinha, colocar a água das latas no enorme pote da cozinha e deste para a quartinha e para o filtro cerâmico. Só daí, para as garrafas da geladeira Clímax.
Essas coisas o meu garoto não verá. A tecnologia atual e a questão sanitária não permitem mais que a água chegue a nossas casas de forma tão insalubre. A água da cisterna do condomínio que consumimos para banho e cozimento em casa, por exemplo, passa por vários filtros e há nos flanelógrafos, frequentemente destacados exames feitos em laboratórios, comprovando a sua potabilidade.
Nas conversas com meu amigo Augusto e seus pares da Cagece, por várias vezes me foi assegurado que a água daquele órgão que abastece nossas caixas d’águas é de excelente qualidade e que se eu usasse, apenas como reforço um bom filtro de carvão, garantiria à minha família água pura toda vida, direto da torneira, sem ter que recorrer às solicitações de entrega dos mercadinhos.
Não quero, nem de longe, por em dúvida a qualidade desse serviço. Mas, meus amigos da Cagece me desculpem, assim como lembro com carinho da carrocinha da água, estou dando a meu filho a chance de se lembrar um dia, do homem da água, que creio não existir mais quando ele tiver cinqüenta anos.