Segundo o “Aurélio” hospitalidade é:
1. Ato de hospedar; hospedagem.
2. Qualidade de hospitaleiro.
3. Acolhimento afetuoso.
Reza a lenda que, fazia parte das gentilezas de outrora que, uma vez em nossas casas, os hóspedes fossem providos de uma alcova reservada, com uma rede limpa e um penico. Guardadas as proporções, essa prática ainda existe, ou resiste. O cearense ainda tem a ingenuidade de trazer a pessoa para sua casa, apesar dos tempos bicudos deste século ainda criança. Vez por outra, chega à terrinha alguém do sul-maravilha ou de outras plagas, para aportar em nossa casa, indicado por um parente ou amigo distante.
Na década de setenta, a cidade, ou pelo menos a Aldeota, se encheu de rapazes e moças "gringos" vindos de programas de intercâmbio, e era uma festa. Chegava-se a ponto de se fazer verdadeira reforma nas casas para receber esse povo de fora. Quantos namoros foram sementados nessas recebidas. Rapidamente, me lembro do Renato, que desvirginou seu coração com uma garota peruana que estudava em São Paulo e veio de férias, com uma prima dele, para se hospedar na sua casa. A Lidu, que alojou o Fran, na base de “a casa é pequena, mas a gente se ajeita” e apaixonou-se pelo guapo rapaz de tal modo, que o paulista demorou mais de ano a ir embora, mesmo sem encontrar aqui um emprego que achasse merecedor.
Mais recentemente, quando era salutar se ter uma residência de veraneio numa praia próxima, desenvolvi alguns projetos arquitetonicos para tal fim. Invariavelmente, havia a solicitação para se incluir no programa o quarto dos pais, ou melhor, das visitas, afastado dos quartos principais, com infra-estrutura própria, banheiro e closet, para que os eventuais usuários não tivessem qualquer transtorno de acomodação na curta estadia. Por vezes, esses quartos ficavam meses desocupados, numa relação custo-benefício que não se explicava pela lógica. Não existia lógica nos corações dos proprietários dessas casas. Apenas, a vontade de receber bem quem se queria bem.
Isso, sem falar de pessoas mais despojadas e mais desprovidas financeiramente, que colocam estranhos dentro de casa por puro desejo de acolher. Ainda hoje, se ouve falar em “Fulana, que saiu do interior e está morando na casa de uma mulher em Fortaleza”.
Um conhecido meu, casado com dois filhos, recebeu o seu cunhado e duas sobrinhas nessas férias de janeiro, para hospedar em um apartamento de três quartos, quase que duplicando a populaçao da casa. Ao ser indagado como estava a casa, depois que as visitas embarcaram de volta à terra de origem, responde pesaroso:
- A casa está mais desocupada, mas o cardápio diário sofreu uma desvalorização. Com as visitas o padrão era outro!
1. Ato de hospedar; hospedagem.
2. Qualidade de hospitaleiro.
3. Acolhimento afetuoso.
Reza a lenda que, fazia parte das gentilezas de outrora que, uma vez em nossas casas, os hóspedes fossem providos de uma alcova reservada, com uma rede limpa e um penico. Guardadas as proporções, essa prática ainda existe, ou resiste. O cearense ainda tem a ingenuidade de trazer a pessoa para sua casa, apesar dos tempos bicudos deste século ainda criança. Vez por outra, chega à terrinha alguém do sul-maravilha ou de outras plagas, para aportar em nossa casa, indicado por um parente ou amigo distante.
Na década de setenta, a cidade, ou pelo menos a Aldeota, se encheu de rapazes e moças "gringos" vindos de programas de intercâmbio, e era uma festa. Chegava-se a ponto de se fazer verdadeira reforma nas casas para receber esse povo de fora. Quantos namoros foram sementados nessas recebidas. Rapidamente, me lembro do Renato, que desvirginou seu coração com uma garota peruana que estudava em São Paulo e veio de férias, com uma prima dele, para se hospedar na sua casa. A Lidu, que alojou o Fran, na base de “a casa é pequena, mas a gente se ajeita” e apaixonou-se pelo guapo rapaz de tal modo, que o paulista demorou mais de ano a ir embora, mesmo sem encontrar aqui um emprego que achasse merecedor.
Mais recentemente, quando era salutar se ter uma residência de veraneio numa praia próxima, desenvolvi alguns projetos arquitetonicos para tal fim. Invariavelmente, havia a solicitação para se incluir no programa o quarto dos pais, ou melhor, das visitas, afastado dos quartos principais, com infra-estrutura própria, banheiro e closet, para que os eventuais usuários não tivessem qualquer transtorno de acomodação na curta estadia. Por vezes, esses quartos ficavam meses desocupados, numa relação custo-benefício que não se explicava pela lógica. Não existia lógica nos corações dos proprietários dessas casas. Apenas, a vontade de receber bem quem se queria bem.
Isso, sem falar de pessoas mais despojadas e mais desprovidas financeiramente, que colocam estranhos dentro de casa por puro desejo de acolher. Ainda hoje, se ouve falar em “Fulana, que saiu do interior e está morando na casa de uma mulher em Fortaleza”.
Um conhecido meu, casado com dois filhos, recebeu o seu cunhado e duas sobrinhas nessas férias de janeiro, para hospedar em um apartamento de três quartos, quase que duplicando a populaçao da casa. Ao ser indagado como estava a casa, depois que as visitas embarcaram de volta à terra de origem, responde pesaroso:
- A casa está mais desocupada, mas o cardápio diário sofreu uma desvalorização. Com as visitas o padrão era outro!
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