17 de fevereiro de 2009

FALTAM QUATRO DIAS


Já tirei a fantasia do armário. Na mala ainda vão o confete, a serpentina, o colar havaiano, o boné de marinheiro e o rodouro, pra sair no corso ao som de Viva o Zé Pereira, viva o Zé pereira...
Na espera da melhor festa do mundo, mando aí um poema do poeta cearense Antônio Filgueiras Lima.

CARNAVAL DO INFINITO

A tarde era de inverno...
Contudo passava, triunfalmente,
lá na avenida roxa de crepúsculo,
o áureo carro alegórico do Sol!
Nuvens vestidas em negros dominós
caminhavam como bêbedos, sonhando...
Rufava, ao longe, o tambor forte dos trovões,
sacudindo o coração da natureza.
Tremebrilhavam pelos paços do Infinito
as lâmpadas inquietas dos relâmpagos...
As serpentinas policrômicas do arco-íris
enroscavam-se aos corpos trêmulos das nuvens.

Daí a pouco,
como de imensos palácios invisíveis,
começou a cair,
em gotas claras de cristal diluído,
o cloretil finíssimo da chuva...
enquanto, além, surgia lentamente
o pierrô sonâmbulo da noite
que trazia, nas suas mãos de veludo,
- para o carnaval do espaço -
o confete dourado das estrelas...

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