Já tirei a fantasia do armário. Na mala ainda vão o confete, a serpentina, o colar havaiano, o boné de marinheiro e o rodouro, pra sair no corso ao som de Viva o Zé Pereira, viva o Zé pereira...
Na espera da melhor festa do mundo, mando aí um poema do poeta cearense Antônio Filgueiras Lima.
Na espera da melhor festa do mundo, mando aí um poema do poeta cearense Antônio Filgueiras Lima.
CARNAVAL DO INFINITO
A tarde era de inverno...
Contudo passava, triunfalmente,
lá na avenida roxa de crepúsculo,
o áureo carro alegórico do Sol!
Nuvens vestidas em negros dominós
caminhavam como bêbedos, sonhando...
Rufava, ao longe, o tambor forte dos trovões,
sacudindo o coração da natureza.
Tremebrilhavam pelos paços do Infinito
as lâmpadas inquietas dos relâmpagos...
As serpentinas policrômicas do arco-íris
enroscavam-se aos corpos trêmulos das nuvens.
Daí a pouco,
como de imensos palácios invisíveis,
começou a cair,
em gotas claras de cristal diluído,
o cloretil finíssimo da chuva...
enquanto, além, surgia lentamente
o pierrô sonâmbulo da noite
que trazia, nas suas mãos de veludo,
- para o carnaval do espaço -
o confete dourado das estrelas...
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