Alexsandro Araújo, o Tigrão, é flanelina.
Pobre, não tem casa.
Mora a dez anos numa galeria pluvial.
Café da manhã, só se for de favor.
Almoço e jantar, com a féria do dia.
Quando chove forte, luta pra não ir junto com as águas.
A população sabe dele.
O Estado e a Prefeitura, também.
Até agora, nada se fez para minorar seu sofrimento.
Maria Fernanda morava com o filho, a mãe e o padastro numa casa.
Ama Alexsandro, que ama Maria Fernanda.
Desempregada, também virou flanelinha.
Hoje, mora com Alexsandro.
Na galeria.
Melhor com ele, na galeria
Do que sem ele, numa casa.
Amor, estranho e sublime amor. (na quartinha)
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