24 de março de 2009

O PALHAÇO, O QUE É...

RESPEITÁVEL PÚBLICO!!!!!
A primeira vez que ouvi “in loco” esta inconfundível frase foi no Circo Mexicano, lá pelos 68/69, instalado numa área de praça ainda não urbanizada em frente à Igreja de N. S de Fátima, na av. Treze de Maio. Lembro-me do encantamento que a estrutura de lona me causou com todo aquele universo ainda meu desconhecido. Os trailers, caminhões, jaulas, elefantes, ciganas que liam nossos brilhantes futuros nas palmas das mãos.
Fui com meus dois irmãos à sessão do sábado à tarde, cada um com 200 cruzeiros para a merenda. Uma espiga de milho assado custou cem cruzeiros (Não sei como eu me lembro, mas eu me lembro). Palhaços, malabaristas, trapezistas, mágicos, domadores, globo da morte.
Depois veio o Circo Thiani, o Circo Garcia, o Orlando Orfei, com o espetáculo das Águas Dançantes, belíssima atração em que as fontes de água iluminadas acompanham o ritmo de sua música. (Na quartinha)

Como quase todo mundo, fui deixando a adultidade tomar conta da minha vida e o mundo, por sua vez, foi ficando mais tecnológico e menos amador, de forma que os circos de hoje são o Circo da China, o Cirque de Soleil, que a gente assiste em casa, via DVD. Mega-espetáculos lindos, maravilhosos, sem quaisquer falhas, que enchem nossos olhos e ouvidos de beleza. O profissionalismo e a tecnologia a serviço do nosso lazer.

Mas, o velho circo pobre a amador (de amor) ainda existe. O fotógrafo Jacques Antunes, apoiado pelo Edital de Incentivo à Fotografia da Prefeitura de Fortaleza, elaborou um VCD, Pessoal do Circo, com fotos suas tiradas de espetáculos circenses que tramitam pela periferia da Loura do Sol.
Registros belíssimos do dia-a-dia, quase sempre com poucos recursos, de dezesseis circos mambembes: Circo Alegria, Capucho Circo, Circo Educativo, Circo Gleise, Circo J. Gomes, Hingle Circo, London Circo, Circo Los Ribeiros, Circo Meridiano, Marlin Circo, Mirtes Circo, Circo do Motoka, Circo Neves, Circo Show, Tropical Circo, World Circo.
As montagens, os vendedores, os artistas, o público, as crianças. Principalmente as crianças. Todos focados pela visão poética do fotógrafo. Puro divertimento e delícia. Salve o Circo.
Valeu, Jacques.

Nenhum comentário:

Postar um comentário