2 de março de 2009

BARES E NAMOROS

Outra noite, entre uns petiscos de queijo de cabra com uma Devassa Loira comentou-se que o colóquio amoroso de uma amiga próxima, não podia “ir para a frente”, pois o jovem mancebo por quem ela está enamorada não perde uma rodada de copo toda sexta, num bar onde mulheres não são exatamente as mais bem-vindas. Ou seja, um boteco réi fulerage, cheio de macho, como se diz na Alencária.
Meus amiguins (de novo a Alencária). O fato de o rapaz freqüentar toda semana, um bar onde a quase totalidade da clientela é masculina não arranha em nada o namoro dos dois, até porque, é NAMORO e, portanto, é: namoração, galanteio, derriço, bredo, camote, cera, chamego, embeleco, grude, mormaço, paleio, prosa, sebo, sumbaré, tijolo, tribofe, xodó. (olha o Aurélio XXI aí, gente!).
Eu mesmo, freqüentei o Bar do Airton, quando ainda era um local onde os gentis homens se reuniam para fazer fuxico de homem, que é diferente do fuxico da mulher (não é pior, nem melhor, é diferente). Nessas horas de bares, os saudáveis freqüentadores deixam a vida passar com menos neurose, digerindo conversas que, na maioria das vezes, serão esquecidas no dia seguinte e que dizem respeito unicamente, ao universo masculino, da mesma forma que existem conversas que pertencem ao universo feminino. E não estou falando dessa coisa machista que mulher só fala de menino, empregada e novela. Existem momentos em que o homem quer falar com homem e mulher quer falar com mulher.
Não me venham com essa que homem e mulher são iguais, são farinhas do mesmo saco. São diferentes, e é por isso que é bom!
Mas, voltando à freqüência do senhorzinho ao boteco em questão. Que mal há em se gastar poucas horas de um dia, e são poucas mesmo, comparadas com as horas que passamos no trânsito, por exemplo, conversando com amigos de infância, mesmo que o tenhamos conhecido há quinze minutos? Acho até que é bastante salutar ao casal, ele se dar algumas horinhas de separação, até para criar um temperozinho de saudade na hora do “chega prá cá”. Qual mulher nunca recebeu aquele telefonema tarde da noite do amado, repleto juras de amor, que dificilmente seriam feitas, não fosse a junção do álcool com a saudade? E esse telefonema não terminou em sexo ao som de um bolero ou um samba canção? Vai me dizer que isso não é bom!
O problema passa a existir a partir do momento em que ir ao bar se torna um programa muito mais gostoso que se encontrar com a outra metade da laranja. Ou seja, a cara-metade não é mais tão cara-metade assim. Mas, isso é outro assunto.
Acho que nós, homens e mulheres devemos tomar cuidado não deixar que neuroses ancestrais queiram nos transformar em proprietários ao invés de amantes.
Ou como diz o doutor Tarcizio: “Prá se prender alguém, só com muita liberdade”.

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